Por que não em Santa Catarina?
Cheguei há alguns dias de Gramado, cidade turística da serra gaúcha, muito impressionada com o que vi em um grande evento realizado de forma híbrida – presencial e virtual – com total segurança. Mas, sobretudo, voltei com um importante questionamento. Por que não temos eventos como esse em Santa Catarina?
A quarta edição do Connection Festuris, encerrado no último dia 7, reuniu 300 profissionais de maneira presencial (número permitido pelos protocolos de segurança) e mais de 500 participantes de forma online. Foi o primeiro evento presencial do turismo brasileiro em 2021. Depois de dois dias de excelentes palestras e workshops sobre destinos brasileiros, ainda aproveitei mais um para fazer outros passeios, sempre com o olhar atento de quem pensa nas políticas públicas.
Gramado e Canela estão movimentadas e se desenvolvendo, pois há uma consciência muito grande da necessidade de cumprimento dos cuidados com a saúde. Da mesma forma que vi no Connection Festuris, que mostrou como os eventos podem ser realizados com os protocolos sanitários garantindo a saúde, pude testemunhar esse tipo de preocupação em todo lugar. As regras são seguidas com rigor nos restaurantes, nos bares e em todos os pontos turísticos dessas cidades, que recebem muita gente, diariamente, durante todo o ano.
E o que acontece com isso? Gramado e Canela conseguem avançar na realização de eventos, fazendo com que toda a cadeia em torno do turismo cresça e proporcione a recuperação da economia. Logicamente, a pandemia também existe lá. A diferença é a forma como está sendo tratada a superação da crise. É urgente, portanto, que Santa Catarina siga exemplos como esse, caso de fato queira trilhar o caminho do desenvolvimento, baseado em um dos pilares de nossa economia: o turismo. É inadmissível que com nossa diversidade ímpar de atrações turísticas e nossos equipamentos para eventos, estejamos na paralisia atual.
O Connection Festuris já trabalha para realizar a sua quinta edição no mês de setembro, ainda sem local confirmado oficialmente pela organização. Então, volto ao questionamento inicial. Uma pergunta que precisa ser respondida de forma ampla, para além de um evento, pois diz respeito a efetivas ações em favor do turismo, do desenvolvimento sustentável, da geração de emprego e renda. Por que não em Santa Catarina?
Artigo de Zena Becker
Coordenadora do Movimento Floripa Sustentável