Os presentes que Florianópolis merece e precisa ganhar
Artigo de Zena Becker
Coordenadora do Movimento Floripa Sustentável
Quando alguém muito querido faz aniversário, a gente dá parabéns, escreve um cartão, dá um abraço, deseja tudo de bom. É isso que todos nós que amamos e vivemos em Florianópolis desejamos neste dia em que a cidade comemora 349 anos.
Com certeza, nossa querida Floripa espera que nossas felicitações não sejam em vão, nem da boca para fora. Tem que ser para valer. É preciso retribuir tudo o que ela nos dá agora e garantir que tenhamos um futuro melhor e mais inclusivo.
De maneira prática, o que ela precisa? Antes de tudo, de pessoas que deem mais atenção ao bem comum, com responsabilidade para fazer a coisa certa e com paixão para transformá-la na cidade que ela merece ser. Para que isso aconteça temos que eleger como prioridade a revisão do Plano Diretor, assunto urgente à espera de bom senso e equilíbrio. Não há como planejar o futuro da cidade sem definir para onde ela quer ir, para onde pode e para onde deve ir.
O problema é que não estamos conseguindo sequer dialogar sobre essa revisão do Plano Diretor – e isso já faz mais de seis anos. A consequência disso é que o “presente” que estamos dando a Florianópolis são invasões de terra e de áreas de preservação, construções ilegais e crescimento desordenado. E o que a revisão do Plano Diretor prevê é exatamente o contrário: centralidades para que as pessoas morem perto do trabalho, habitação social e preservação dos 67% de áreas verdes da Capital. Estes são presentes de verdade.
Assim como são presentes verdadeiros, por exemplo, o Parque Marina da Beira Mar Norte, a Praça do Forte São Luis, a reforma completa no Aterro da Baía Sul, a revitalização do Centro Histórico, um projeto turístico para a Ponta do Coral, o Parque do Remo e a revitalização da Lagoa da Conceição. É preciso melhorar a mobilidade, a infraestrutura e o saneamento básico, com inclusão social.
E também precisamos entender, de uma vez por todas, que não há maneira de se transformar uma sociedade sem investir em Educação. Sobram vagas de trabalho em Florianópolis, especialmente no setor de Tecnologia, por falta de mão de obra qualificada.
Cidade vocacionada por Deus para o Turismo, Floripa também carece de formação de profissionais para essa dimensão econômica que impacta diretamente outros 53 setores. E o plano turístico para a cidade passa obrigatoriamente pela estruturação dos nossos 11 Parques Naturais que recebem hoje um número ínfimo de visitantes.
O Floripa Sustentável, que reúne 45 entidades representativas da comunidade catarinense, está lançando uma campanha para que você também possa escolher e opinar sobre os presentes que a nossa cidade merece. Venha cantar conosco esse “parabéns pra você, Florianópolis!”.